As razões do aumento de preços das carnes
Os preços das carnes bovinas, suínas e avícolas, além de seus derivados, subiram fortemente nos últimos dois anos. Vários fatores justifi cam este aumento que, de forma clara e objetiva, veio para ficar.
O primeiro motivo foi a demanda acentuada da China por carnes em geral, especialmente bovinas. Como se sabe, esse país sofreu com a febre suína e eliminou radicalmente os porcos criados soltos. Suínos, hoje em dia, são criados em cativeiros, o que resulta em forte expansão da importação de milho e soja, tanto do Brasil quanto da Argentina e Estados Unidos. Foi neste contexto que a situação se agravou.
Para se ter uma ideia, nos últimos dois anos, os preços da carne bovina, frango e suínos, em nível de produtor, evoluíram, em média, 75%,enquanto soja e milho nada menos que, respectivamente, 100% e 179%. Produtores felizes e consumidores estarrecidos, como que não acreditando que terão de abolir, ou restringir, o churrasco do final de semana.
O segundo motivo para esta situação de desalento é resultado das condições climáticas adversas, agravadas pela pior seca dos últimos 91 anos. Notícia alvissareira é que haverá, sim, uma acomodação nos preços em geral do setor agropecuário ligado à produção de carnes, incluindo grãos. Há uma expansão já em andamento para abertura de novas frentes agrícolas, em substituição às pastagens cultivadas. Motivo óbvio: o rendimento para o produtor que produz grãos é muito mais alto do que para aquele que produz engorda bovinos a pasto, em regime de criação extensiva.